Os hospitais receberam a orientação para remarcar consultas externas e exames e adiar tratamentos ou cirurgias não prioritárias, devido à pandemia da Covid-19, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido.
A ministra disse que a orientação foi emitida no domingo, acrescentando que nos centros de saúde se mantém o acompanhamento de doentes crónicos, a vacinação e consultas de vigilância de gravidez.
Para os centros de saúde passam a ser encaminhados os utentes das urgências hospitalares menos urgentes, isto é, com pulseira verde ou azul, adiantou Marta Temido, que falava na conferência de imprensa diária no Ministério da Saúde, em Lisboa, para fazer o balanço da evolução epidemiológica da Covid-19.
A titular da pasta da Saúde referiu que foi dada igualmente orientação para que os actos médicos nos centros de saúde sejam feitos no “horário determinado”, para evitar a aglomeração de pessoas nas salas de espera, e se recorra à tele-consulta.
A ministra afastou hoje a possibilidade de concentrar o tratamento de doentes com Covid-19 num só hospital, afirmando que a aposta está na “separação de fluxos e circuitos” de pessoas nos hospitais e no tratamento em regime ambulatório.
No sábado, a ministra anunciou que a partir desta semana ia ser generalizado o cancelamento da assistência programada nos hospitais para permitir que actos médicos que não eram urgentes fossem adiados, concentrando a resposta no atendimento relacionado com a Covid-19.
Na altura, Marta Temido sublinhou que os actos que são urgentes, graves ou críticos seriam garantidos, tal como algum tipo de assistência a crianças e grávidas.
Antes de ser hoje conhecida a orientação da tutela, alguns hospitais cancelaram, por sua iniciativa, consultas externas e cirurgias, como foram os casos dos hospitais de S. João, no Porto, e de Coimbra, unidades de referência para despistar e tratar doentes com Covid-19.
Portugal confirmou hoje o primeiro morto por Covid-19, um idoso de 80 anos com outras doenças associadas e que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Há ainda 331 pessoas infectadas, das quais 18 em cuidados intensivos hospitalares, segundo o mais recente balanço da Direcção-Geral da Saúde, hoje divulgado.
O país entrou na fase de mitigação da doença, pelo que todos os hospitais terão de estar aptos a receber e tratar doentes.