Sobre

O primeiro número da Quarta Série do Jornal ”O Figueirense” publicou-se em 19 de Junho de 1919. Joaquim Gomes d’ Almeida era o arrojado editor. Os primeiros directores foram José Maria Cardoso, antigo advogado na Figueira da Foz, e José da Silva Fonseca. Composto na Tipografia Peninsular, do próprio Gomes d’ Almeida, e impresso na Tipografia Popular, de Manuel Jorge Cruz, entre o período inaugural desta última série e o mês de Janeiro de 1920, já que depois passaria a ser publicado em exclusivo pela Tipografia Peninsular, eis que estava o Jornal na rua!

Num trabalho de investigação histórica desta publicação, assinado por Luís Manuel Martins, ficou-se a saber que o Jornal “O Figueirense”, em forma in-fólio, com quatro páginas de seis colunas cada, manteve a sua periodicidade semanal até ao número 40, datado de 18 de Março de 1920. A partir deste número passou a ser bi-semanal, publicando-se às quintas-feiras e domingos e mantendo as mesmas características. Porém, chegaram a ser publicadas algumas edições de apenas duas páginas, devido à carestia do papel de impressão.

A ideologia dos seus fundadores era tendencialmente republicana. Com esta influência, o Jornal “O Figueirense seguiu a nova orientação política, subjacente à fusão do Partido Evolucionista, chefiado pelo antigo Presidente da República António José de Almeida, com a União Republicana, que viria a dar origem ao Partido Liberal. Uma vez fundidos os liberais com os reconstituintes, o Jornal foi acompanhando o Partido Nacionalista, no flanco direito da política republicana.

25 de Março de 1920, o Jornal passa a ter um novo proprietário e editor — o Dr. José Cardoso.
véspera do São João desse ano, foi impressa uma edição especial do Jornal com seis páginas, o número 67, de carácter noticioso e literário, então ilustrado por António Piedade.
O dia 3 de Fevereiro de 1921 marcou a chegada de um novo director ao Jornal – Pedro António de Almeida, notário na Freguesia do Paião e o regresso de Joaquim Gomes d’ Almeida, desta vez aos cargos de redactor e administrador. José Maria Cardoso mantinha-se como proprietário, embora deixasse de ter influência na sua linha editorial, deixando o cargo em 23 de Fevereiro de 1922. Desta forma, Joaquim Gomes d’ Almeida concentrou em si os cargos de proprietário, redactor e administrador do periódico, enquanto o Dr. Pedro António de Almeida continuaria a assumir a direcção do Jornal, cargo que abandonou em Fevereiro de 1923. Joaquim Gomes d’ Almeida reunira agora todos os cargos n’ O Figueirense.
Ao longo dos anos de publicação, dando continuidade à ideologia patente no espírito de fundação desta Quarta Série, este Jornal mostrou nas suas páginas os retratos de figuras proeminentes da vida política nacional, apoiantes da causa republicana, tais como Guerra Junqueiro, António José de Almeida, Nanavarro de Valadares, José Cardoso, Raymundo Esteves, Manuel Teixeira Gomes, Ginestal Machado, Francisco Martins Cardoso, entre outros.

véspera do São João desse ano, foi impressa uma edição especial do Jornal com seis páginas, o número 67, de carácter noticioso e literário, então ilustrado por António Piedade.
O dia 3 de Fevereiro de 1921 marcou a chegada de um novo director ao Jornal – Pedro António de Almeida, notário na Freguesia do Paião e o regresso de Joaquim Gomes d’ Almeida, desta vez aos cargos de redactor e administrador. José Maria Cardoso mantinha-se como proprietário, embora deixasse de ter influência na sua linha editorial, deixando o cargo em 23 de Fevereiro de 1922. Desta forma, Joaquim Gomes d’ Almeida concentrou em si os cargos de proprietário, redactor e administrador do periódico, enquanto o Dr. Pedro António de Almeida continuaria a assumir a direcção do Jornal, cargo que abandonou em Fevereiro de 1923. Joaquim Gomes d’ Almeida reunira agora todos os cargos n’ O Figueirense.
Ao longo dos anos de publicação, dando continuidade à ideologia patente no espírito de fundação desta Quarta Série, este Jornal mostrou nas suas páginas os retratos de figuras proeminentes da vida política nacional, apoiantes da causa republicana, tais como Guerra Junqueiro, António José de Almeida, Nanavarro de Valadares, José Cardoso, Raymundo Esteves, Manuel Teixeira Gomes, Ginestal Machado, Francisco Martins Cardoso, entre outros.

O período histórico que decorre entre o ano de 1919, aquando da fundação desta série, e pelo que é possível observar no livro Jornalismo Figueirense, de Cardoso Martha, o Jornal “O “Figueirense” teve ao seu serviço alguns dos melhores colaboradores figueirenses. Dando alguns exemplos, destacamos Amélia Brás, Raymundo Esteves, Ernesto Tomé, Tenente Fernandes de Carvalho, José Brandão, que publicou uma admirável bibliografia portuguesa da Grande Guerra Mundial; Mário Reis, Edmundo Santos, Cardoso Sant’ Iago, Luiz Carrisso, Santos Júnior, António Amargo, Canavarro de Valadares, Alberto Borges, Artur Bivar, Nicolau da Fonseca, João Gaspar Simões, Francisco Martins Cardoso, o próprio Cardoso Martha, entre muitos outros. O colaborador artístico permanente era António Piedade.
A partir de 1926, com a instauração da Ditadura Militar, verifica-se um recuo da liberdade de Imprensa, que se reflecte em todos os periódicos. O Jornal “O Figueirense” não foi excepção e, pelo que foi possível apurar ainda junto do que viria a ser o futuro director, Aníbal Correia de Matos, a vida deste Jornal não foi fácil. “Houve números que nunca chegaram a sair por falta de conteúdo relevante, já que eram completamente truncados pelas comissões de censura. A estratégia passava então por adoptar notícias de âmbito nacional, de feição ao regime político vigente, fazendo o paralelismo para a realidade local. Aí residiu o segredo do Jornal ter escapado muitas vezes à mão atroz dos censores”.

No dia 4 de Março de 1939, foi publicado o primeiro número do suplemento “Filmagem”, dedicado à propaganda cinematográfica, edição esta que viria a não circular por falta de autorização dos Serviços de Censura. O projecto manteve-se e, no dia 11 de Março, foi distribuído um novo número inaugural deste suplemento, o primeiro de dez edições, publicadas sob a direcção de J. Oliveira Santos. Também em 1939 é criado um novo suplemento, designado por “Tribuna Literária”. Os seus mentores eram Belarmino Pedro e Manuel Guimarães. Este suplemento publicou 296 números, que saíram semanalmente com o Jornal, ao longo de 11 anos, entre 10 de Abril de 1940 e 24 de Novembro de 1951.

Em 19 de Dezembro de 1950, devido à morte de Joaquim Gomes d’ Almeida quem ocupou o cargo de direcção, interinamente, foi Aníbal Correia de Matos. Viria a ser substituído pelo Dr. Alberto Borges, até ao número 3.302, de 4 de Fevereiro de 1961. No número seguinte, Aníbal Correia de Matos regressa definitivamente como director.

Em 1956, Alberto de Monsaraz publica uma separata de homenagem a Joaquim António Simões. O grande impulsionador da construção do Theatro-Circo Saraiva de Carvalho, actual Casino Figueira, e ainda responsável pela instalação da Linha Ferroviária da Beira Alta e pela construção da velha ponte sobre o Rio Mondego, entre outros equipamentos na Figueira da Foz, que ainda hoje subsistem. Por curiosidade, pode referir-se ainda que foi graças a familiares de Joaquim António Simões, que Ramalho Ortigão começou a frequentar a Figueira da Foz.

Em 1969, na comemoração dos 50 Anos da Quarta Série, o Jornal “O Figueirense” tem o prazer de noticiar a atribuição da Medalha de Mérito de Ouro da Cidade da Figueira da Foz, na sua edição de sábado, dia 19 de Julho de 1969 (edição n.º 3.739), num artigo de primeira página, que diz:

“A Câmara Municipal deliberou atribuir a Medalha de Mérito de Ouro e dar o nome deste Jornal à antiga Rua do Curro”, uma carta assinada por José Coelho Jordão, então presidente da Câmara.
Na data do seu quinquagésimo aniversário, o Jornal era propriedade de Matos & Irmão. A redacção, administração e oficinas funcionavam no número 212, da Rua da República. Aníbal Correia de Matos continua a dirigir o Jornal, sendo nomeado para director-adjunto o Dr. Jorge Babo.
Em 1988 esta publicação, de prestígio e notoriedade da Figueira, é adquirida pela Sociedade Figueira Praia S.A.R. L.. O grande dinamizador desta aquisição é Fernando Alves do Vale. A empresa Ralma, Lda (da qual fazia antes parte também o Dr. António Ramos) essa, continua com a mesma designação.
Ainda em 1988 surge então uma nova equipa: Carlos Albarino Maia, professor e amante da sua terra, é convidado para director de “O Figueirense”. Aquela empresa convida também António Jorge Lé, para chefe de Redacção, e Jorge Reis, para editor desportivo. Para gerente executivo é nomeado Jorge Galamba Marques.

Durante largos anos, “O Figueirense” é tipografado na Impressora Económica. Em 1990, o Grupo Amorim chega à Figueira da Foz e, ao adquirir as participações na Sociedade Figueira Praia, S.A. acarinha o Jornal. Mais tarde, em 2002, cria a empresa Fozcom — Produção e Comunicação Multimédia, S.A., que sucede desta forma à Ralma Lda e imprime outra dinâmica. Era administrador executivo João Leal Barreto.
As antigas instalações do Jornal, então situadas na Rua de “O Figueirense”, uma perpendicular à Praça General Freire de Andrade (Praça Velha), mudam depois de local, para na Praça 8 de Maio (Praça Nova), em 1 de Abril de 2001. Mais tarde regressam à rua com o seu nome.

Durante os últimos anos foram colocados inúmeros desafios a’ “O Figueirense”, que passaram pela renovação do aspecto gráfico e pela criação de uma edição online actualizada permanentemente, projectos estes que pretendem captar novos públicos e assegurar o contacto permanente com os figueirenses residentes ou ausentes no estrangeiro ou que não têm acesso directo à sua edição escrita. O projecto de design gráfico foi elaborado por Pedro Pessoa e pelo criativo Vule, da então empresa Pandemia, enquanto a edição online passa a ser gerida por Nuno Santos e Cláudio Neto, da empresa Octágono — Comunicação Digital, Lda. Anteriormente, Luís Ferraz desenharia o primeiro site do Jornal.

Sucede a António Jorge Lé o advogado Joaquim Gil, numa curta permanência devido à sua prematura morte.

Pela Redacção passam diversos jornalistas, como Jorge Miranda Lemos, Paula Ferreira, Andreia Gouveia, Paula Nunes e Vera Matos. A Redacção contou ainda com Ana Borges e Rogério Neves, na edição desportiva. E colaboradores vários, como António Flórido. A área comercial, depois do Sr. Cunha e esposa Alice, teve departamento próprio, dirigido por Ângelo Bragança Coelho, contando com Marta Silva na estratégia de angariação publicitária, a par com Mário Brito e Irene Lopes. Lígia Massano, Oriana Cação e Fátima Alemão, sucessivamente, na gestão de assinantes.
A paginação e preparação final, actualmente assinada por José Miguel Gonçalves, deve muito a José Cosme, Jorge de Matos, Leonor Rama, Luís Silva, Joaquim Inácio, Carlos Miguel, João Pereira, Fernando Maia, Conceição Seixas, Cláudia Mairos, entre tantos outros.
Carlos Cordeiro e António Massano são alguns dos nomes que se ocupavam da área financeira operacional, a par do saudoso cobrador … o Sr. Meireles.
Nunca, mas nunca, esqueceremos a equipa antiga da etiquetagem. Gente pronta a passar horas a colar as “direcções do leitores”…
Houve sempre a preocupação de preservar a memória colectiva do Jornal.
“O Figueirense” é hoje um mensário, novamente dirigido pelo jornalista António Jorge Lé, e conta com vários colaboradores, nomeadamente Leonardo Ramalho, jornalista permanente. Sónia Almeida é a directora para a área publicitária. Tem um formato fixo de 32 páginas, a cor.
“O Figueirense”, que presentemente tem como administrador Fernando Matos, tem leitores espalhados pelo concelho, pelo país e pelo mundo.
Esta publicação é sócia honorária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e da Filarmónica Dez de Agosto, uma das mais vetustas colectividades da Figueira da Foz.
“O Figueirense” é um dos jornais mais antigos do país.