InícioEconomiaEmpreendimentos turísticos do Centro com quebras superiores a 75% em Dezembro

Empreendimentos turísticos do Centro com quebras superiores a 75% em Dezembro

Mais de 60% dos 1.100 empreendimentos turísticos da região Centro devem registar em Dezembro quebras de receitas superiores a 75%, comparativamente a 2019, disse à agência Lusa o presidente do Turismo Centro de Portugal (TCP).

Segundo Pedro Machado, esta tendência deverá manter-se nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2021.

O responsável salientou que “as medidas anunciadas pelo Governo, nomeadamente o programa Apoiar, estão neste momento a ser recebidas com alguma satisfação”, mas que não são “suficientes para inverter a tendência da perda de receita e, muito em particular, da diminuição do número das reservas”.

“Sobretudo, quando está anunciada a suspensão de muitas festividades associadas à passagem de ano ou quando muitas estão a ser substituídas por festas que podem ser acompanhadas ‘online”, sublinhou.

A juntar a este cenário, Pedro Machado acrescenta “a perda compulsiva do mercado espanhol, que eram normalmente turistas que vinham para o centro de Portugal e, em particular, para as festas com maior dimensão”, como é o caso de Aveiro, Figueira da Foz, Mira, Nazaré e Santa Cruz (Torres Vedras).

“São normalmente festividades muito fortes na passagem de ano e que este ano não vão poder contar com o mesmo número de portugueses e, particularmente, não vão poder contar com o número significativo de turistas espanhóis que estavam habituadas a receber nos anos transactos”, frisou.

Além disso, 45 estabelecimentos turísticos da região Centro vão estar fechados, “o que é um dado preocupante, pois normalmente não existia esta tendência de encerrar tantos estabelecimentos turísticos durante o período de Natal e de final do ano”.

O responsável adiantou ainda que, em Novembro, “mais de 49% das empresas de alojamento registaram quebras superiores a 90% na facturação”.

Mais grave, salientou, é que “mais de 25% das empresas não conseguiram pagar os salários em Novembro e 09% pagou uma parte dos salários”.

“Cerca de 26% das empresas tiveram de recorrer a financiamento, nomeadamente bancário, para poderem pagar os salários dos seus trabalhadores no mês de Novembro”, acrescentou.

Neste cenário, o presidente do TCP considera “muito preocupante que mais de 14% das empresas assuma que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano”.

De acordo com Pedro Machado, as perdas entre Março e Novembro de 2020, comparado com o período homólogo de 2019, são muito relevantes, com 49% dos estabelecimentos turísticos a registarem “perdas de receitas superiores a 50%”.

Pedro Machado referiu ainda que “29% das empresas exploram os seus negócios em espaços arrendados e destas 54% tinham tentado reduzir o valor da renda”, mas sem sucesso.

Segundo o presidente da TCP, “42% dos arrendatários já estavam com rendas em atraso, ou seja, praticamente entre cinco e mais meses de rendas em atraso”.

Desde o início do Estado de Emergência, 28% das empresas efetuaram despedimentos, o que significa que, “destas, mais de 33% reduziram o quadro de pessoal entre 25 a 50%, e cerca de 27% destas empresas reduziram em mais de 50% os seus postos de trabalho”.

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