O Figueirense colocou algumas questões aos diversos candidatos com o intuito de angariar mais informações sobre os seus planos, projectos e intenções, ajudando os cidadãos eleitores a decidir a sua opção de voto. Eis o que obtivémos junto do representante do PSD, Pedro Machado.
Pedro Machado é o candidato que representa o Partido Social Democrata (PSD) nas eleições autárquicas da Figueira da Foz. Natural de Tentúgal, no concelho de Montemor-O-Velho, iniciou a sua actividade profissional na Escola Joaquim de Carvalho e trabalhou ainda durante cinco anos no Instituto Tecnológico e Profissional da Figueira da Foz (INTEP). Desde 2006 que é presidente da Turismo Centro Portugal.
Como pretende devolver a cidade às pessoas? Estratégias pensadas?
Em primeiro lugar, criando espaços e conteúdos. Os espaços urbanos com qualidade e o seu preenchimento, com conteúdos que ultrapassem as fronteiras do concelho é fundamental. Penso que também é claro que a zona balnear precisa de uma intervenção que tem de ser pensada ao nível ambiental, mas também urbanístico. É um assunto que ninguém deve querer pensar unilateralmente. A cidade tem de discutir e tem de pensar em conjunto neste problema. Finalmente, a questão do porto é também uma questão urbanística, pois a sua deslocalização permitirá uma intervenção profunda que devolverá a zona ribeirinha aos figueirenses. Mas, como devido respeito pela cidade, que é a grande agregadora de toda a actividade do concelho, não podemos pensar que vamos ver a cidade explodir e isso ser feito às custas do resto das freguesias.
Só teremos uma Figueira da Foz com futuro se integrarmos todos e não deixarmos ninguém para trás. É preciso acabar o processo interminável de dar saneamento básico a toda a gente, seja ela da cidade ou não e temos de ter um sistema de mobilidade que ligue todo o concelho, sem excepção. Não podemos ter ilhas dentro do concelho. Não quero voltar a ouvir o que tenho ouvido nesta campanha de figueirenses de freguesias mais distantes do centro dizendo que preferiam pertencer ao concelho vizinho.
Ouvir isso é uma tristeza. Por isso, quando me fala em devolver a cidade, eu concordo, isso tem de ser feito e sei como fazê-lo, mas nunca às custas do resto do concelho, pois são também as pessoas das freguesias que alimentam a economia da cidade.
Ou não alimentam quando preferem ir às compras a Pombal, por exemplo.
O turismo é o foco ou outras áreas de negócio sobrepõem-se à dinâmica prevista?
Como já disse, a entidade de turismo não pode, nem deve, sozinha fazer todo o trabalho.
A entidade de turismo, a que presido, promove a região como uma marca. Mas as autarquias, que são 100 em toda a região, precisam organizar a sua própria oferta. E para termos bom turismo, temos também de ter um tecido empresarial e comercial forte. E o da Figueira da Foz foi abandonado durante a pandemia. Temos de socorrê-los e criar sistemas de apoio. Já o disse: precisamos de um investimento municipal na ordem dos dois milhões de euros no imediato para podermos ter oferta.
Senão, os turistas chegam, vão embora e não deixam mais-valia e o mais certo é nunca mais voltarem. Tem sido dito, com grande injustiça, que eu fiz pouco pela Figueira da Foz no turismo, mas a verdade é que fiz muito mais do que a Câmara do PS e posso fazer muito mais como presidente da Câmara.
Se não vencer as eleições, aceita integrar o executivo camarário?
Eu sou candidato à presidência da Câmara Municipal e não candidato a vereador. Quem decide quem ganha e quem ocupa que lugares é o povo e não os políticos. Eu vou respeitar as decisões dos figueirenses, aguardando com muita serenidade. O que pretendo é pôr ao seu serviço aquilo que sei e aprendi e a competência que me reconhecem.
Não posso fazer pela Figueira mais do que isso. Eu não venho aqui servir-me do lugar nem tentar emendar nada no meu passado. Estou de forma duradoura onde estou, com sucesso pessoal e profissional e com trabalho reconhecido. Não preciso nem de ser presidente da Câmara nem de ser vereador para provar nada a ninguém ou para corrigir trapalhadas do passado, porque me orgulho do meu passado e do meu presente.
Outra coisa é o que eu espero. Espero que os figueirenses olhem bem, com cuidado e com informação credível para o que está em causa nestas eleições e escolham quem lhes pode dar uma perspectiva de 12 anos de governação, porque o estado a que chegou o concelho não nos permite olhar para quatro anos e acharmos que vamos inverter as tendências de empobrecimento a que assistimos.