A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) aprovou ontem uma posição em que recomenda a interdição da pesca de lampreia a nível nacional e uma intensificação da fiscalização, face à escassez deste peixe nos rios portugueses.
A posição foi discutida e aprovada por unanimidade em conselho intermunicipal da Região de Coimbra, que decorreu na Câmara de Montemor-o-Velho.
No entanto, a proposta inicial que ia a discussão defendia apenas a interdição de pesca de lampreia no Médio Mondego, para garantir que o projeto apresentado recentemente de criação de santuários de lampreia a montante da ponte-açude, em Coimbra, pudesse ser feito com segurança, já que é nessa zona que ocorre a reprodução de lampreias e onde estas ficam em modo larvar durante alguns anos, antes de descerem o rio.
A proposta inicial defendia a proibição de captura de lampreias a partir de 24 de março no Médio Mondego, por forma a garantir o sucesso desse mesmo projeto.
Além dessa proposta, foi acrescentada uma recomendação para a proibição de pesca da lampreia a nível nacional, após discussão no conselho intermunicipal.
O presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, defendeu que a CIMRC deveria ser mais ambiciosa e não interditar apenas a pesca no Médio Mondego, mas em todo o rio.
“Em 2018, passaram na ponte-açude 10 a 15 mil [lampreias], em 2024 menos de duas mil. O grande contingente existe a jusante [da ponte-açude]”, notou o autarca, defendendo que a restrição não deveria ser apenas na zona do Médio Mondego mas estender-se para a principal zona de pesca, situada na Figueira da Foz e em Montemor-o-Velho.