O candidato do PSD à Câmara da Figueira da Foz nas eleições de domingo, Pedro Machado, disse hoje que falta liderança política no Baixo Mondego para resolver problemas estruturais agrícolas que afectam, nomeadamente, a cultura do arroz.
“Aqui falta essencialmente liderança política (…) As estruturas estão cá, os municípios (Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Soure, entre outros) estão cá, parece-me é que não há concertação, não há peso político, não há capacidade de gerar sinergias, independentemente de quem é o Governo” disse à agência Lusa Pedro Machado.
Em declarações durante uma visita ao Alqueidão – freguesia essencialmente agrícola, localizada a sudeste da cidade, junto ao rio Pranto, que faz fronteira com o concelho de Soure – Pedro Machado deu como exemplos de problemas que afectam principalmente os orizicultores do emparcelamento do vale do Pranto “em décadas anunciado” ou três comportas “fechadas e sem funcionar há três anos” e ainda não reparadas.
“A questão do famigerado, anunciado, emparcelamento no vale do Pranto é uma obra que está priorizada para o concelho de Soure. Neste momento, a Figueira da Foz apenas recebe como informação que irá beneficiar, mas não sabemos como e quando, nem quanto”, criticou o candidato do PSD.
Já sobre as comportas fechadas e sem funcionar há três anos, Pedro Machado explicou que permitem o enxaguamento dos campos agrícolas naquela zona: “Foram colocados dois tubos, que equivalem a 30% da capacidade que estava instalada e está ainda por operacionalizar. Com problemas agravados acrescidos, porque quando sobe a maré, há um refluxo e a água salgada entra nos campos”.
O candidato social-democrata frisou ainda que a questão relacionada com as comportas “é claramente um projecto da APA (Agência Portuguesa do Ambiente)” e que o ministro do Ambiente Matos Fernandes “tem vindo sucessivamente à Figueira da Foz, quer por causa da erosão costeira, quer por causa da limpeza da barra” do porto.
“Mas se calhar ninguém lhe disse que esta questão das três comportas está há três anos por resolver. É o mesmo ministro, portanto falta aqui, de facto, essa liderança”, reafirmou.
Sobre a freguesia do Alqueidão, o líder da candidatura “Figueira do Futuro” lembrou que é “uma das mais periféricas do concelho da Figueira da Foz, que sofre naturalmente o constrangimento da distância, mas também com uma economia muito alavancada no sector primário, uma fonte de receita muito importante para uma população também ela envelhecida”.
“E o sector primário, tal qual hoje pudemos confirmar, está com custos altos de produção, mas muito pouca rentabilidade, agravada por problemas estruturais”, notou.