A Figueira da Foz está a preparar uma campanha de promoção das suas praias, face à pandemia da covid-19, apostando na dimensão dos areais, que inclui o maior areal urbano da Europa.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Carlos Monteiro, disse que o município “está a preparar uma campanha” de promoção das praias do concelho, “porque, atendendo à dimensão que têm, mais facilmente se podem cumprir as normas” que vierem a ser instituídas sobre o afastamento entre banhistas devido ao novo coronavírus.
“Nós temos muitas praias e espaço para todos. E aquilo que, às vezes, era uma menor valia das nossas praias, por terem a distância que têm, hoje (por causa da pandemia de covid-19) é uma mais valia, quer em termos de época balnear, quer em termos de praia, quer em termos de surf”, observou Carlos Monteiro.
Na frente marítima da Figueira da Foz está localizado o maior areal urbano da Europa, com cerca de 90 hectares de areia – o equivalente a 130 campos relvados de futebol – dois quilómetros de comprimento entre aquela cidade e a vila piscatória de Buarcos e uma largura média de mais de 500 metros entre a avenida e o mar. Ao longo dos anos, precisamente devido à sua dimensão, esta praia tem vindo a ver reduzida a afluência de banhistas.
Com cerca de 25 km de costa maioritariamente arenosa, entre os concelhos de Pombal e Cantanhede, o município da Figueira da Foz possui, no entanto, outras praias de grande dimensão, como seja, a norte do Cabo Mondego, o areal com cerca de dois quilómetros entre as localidades de Murtinheira e Praia de Quiaios ou a sul do rio Mondego, com crescente afluência de veraneantes e cerca de um quilómetro de extensão, o Cabedelo, famosa pela prática de desportos de ondas.
Mais pequenas, mas nem por isso menos atractivas, na margem sul do rio existem quatro praias entre os cinco molhes construídos na zona que vai do Hospital Distrital até à povoação da Cova, a juntar aos areais das povoações de Costa de Lavos e Leirosa.
A norte do Mondego, a maior afluência acontece na zona da baía de Buarcos, continuando, ao longo de 2,5 km, pelo areal que acompanha as muralhas daquela vila até à Tamargueira e daí até ao Cabo Mondego, muito concorrido especialmente nas marés baixas, já que com a subida da maré a praia praticamente desaparece.
Carlos Monteiro admitiu, no entanto, que possa existir “um conjunto de condicionalismos mais complicados de resolver, que é controlar o número de pessoas e as distâncias entre elas”.
Acrescentou que a Câmara Municipal já realizou os normais procedimentos de contratação de 70 nadadores-salvadores, que complementam outros da responsabilidade dos concessionários, nomeadamente em praias não concessionadas, mas vigiadas.
“E parece que há do Governo a intenção de colocar a Marinha a dar esse apoio (de controle de afluência às praias), mas vamos ver”, declarou.
Segundo o autarca, a retoma das vivências entre a população “tem de ser feita com algumas preocupações, para não terem de ser dados passos atrás” nas medidas que venham a ser tomadas para permitir o regresso de actividades económicas e de lazer.
“E na Figueira da Foz há espaço, há dimensão, as pessoas podem desenvolver as suas actividades com as distâncias devidas”, argumentou.