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“A marca Figueira da Foz tem de construir o seu branding” – Pedro Santana Lopes, Figueira a Primeira

O Figueirense colocou algumas questões aos diversos candidatos com o intuito de angariar mais informações sobre os seus planos, projectos e intenções, ajudando os cidadãos eleitores a decidir a sua opção de voto. Eis o que obtivémos junto do representante do movimento independente Figueira a Primeira, Pedro Santana Lopes.

Segundo os últimos censos, a população do concelho da Figueira diminuiu. Quais as medidas que irá adoptar para aumentar o número de residentes?

Esta questão é, provavelmente, o ponto de honra da nossa candidatura e a história diz-nos que o crescente movimento do porto comercial e a instalação do caminho-de-ferro, estiveram na génese do desenvolvimento da Figueira da Foz que, em pouco mais de 100 anos, viu a sua população duplicar face ao aumento da actividade industrial e comercial da vila, o que inclusive originou a sua elevação a cidade em 1882.

Chegados a 2021, e conhecidos genericamente os resultados dos censos, é imperativo estancar o declínio demográfico, só possível com políticas e programas que permitam alavancar novamente as actividades industrial e comercial, criando mais emprego e com isso fixando e captando mais população. Assim como dando a possibilidade dos jovens das freguesias, construírem as suas habitações nos terrenos de família, através da criação de um regime especial no PDM, evitando a sua saída para outros concelhos, como tantas vezes acontece.

No nosso programa eleitoral destacam-se 12 medidas e outras iniciativas, muitas delas directamente ligadas à optimização e alavancagem das dinâmicas económica e social que, mais tarde ou mais cedo, produzirão efeitos demográficos, como é o caso da referida captação de investimentos geradores de emprego, instalação de projectos ligados à investigação, o regresso do ensino superior, projectos e iniciativas que diminuam os efeitos sazonais e até políticas que estimulem a migração para o nosso concelho. Migração quer de portugueses quer de estrangeiros, que venham prestar serviços, ou efectuar investimentos nos diversos sectores económicos, ou até por via da captação de residentes não habituais, oriundos do centro e norte da Europa, dos EUA e Canadá que têm revelado interesse em viver no nosso país e a Figueira tem uma excelente oferta dentro e fora da cidade.

Isto é uma estratégia dinâmica, que será naturalmente aplicada em função, de um workflow associado aos mandatos compreendidos, entre 2021-2029, e podem os figueirenses estar descansados que vamos trabalhar muito e os resultados vão-se verificar no decurso da presente década.

O emprego é uma preocupação natural. Como atrair mais investimento, mais postos de trabalho, seduzindo assim uma população jovem e activa?

O nosso projecto é estruturado a pensar na dinâmica do emprego e na estrutura moderna que a cidade tem de apresentar, para ser liderante. Estamos numa economia aberta onde as cidades e as regiões competem entre si, portanto temos de pedalar na nossa bicicleta tendo consciência que temos de ser melhores que a concorrência, ou seja, a marca Figueira da Foz tem de construir o seu branding, para passar aos agentes económicos uma mensagem sedutora, quer na óptica do investidor, criando as condições necessárias ao investimento, quer na óptica do trabalhador que procura permanecer no concelho ou instalar-se na comunidade com a sua família. E estas coisas, não acontecem por acaso, aliás os resultados estão à vista de todos, o Partido Socialista não conseguiu em 12 anos, criar medidas efectivas que permitam a produção de emprego, apenas mostraram e mostram preocupação em fazer obras e fúteis, desnecessárias e até redundantes, que não acrescentam valor ao concelho e à cidade. Daí a fuga dos jovens e incapacidade de importar, permita-me o termo, outros jovens que equilibrem o saldo populacional.

Posso citar alguns exemplos do nosso programa que vão ter reflexo no emprego e que colocarão a Figueira na frente. Comecemos, pelo caso do “Programa Figueira Angel”, que vai procurar catalisar oportunidades de negócio, através de incentivos municipais ao investimento, que serão prestados por via de isenções de impostos e taxas municipais, ou venda de terrenos/ lotes industriais a baixo custo, e até de comodato para projectos considerados de interesse municipal, avaliados em função da sua natureza empresarial, sede social, número de postos de trabalho a criar e outros critérios que inclusive podem ser ambientais. Não vamos vender terrenos a 20€m/2 para “espantar” os investidores, vamos fazer o contrário, vamos atrair todos que queiram trabalhar connosco, desde que respeitem e cumpram os pressupostos que vamos delinear, a Figueira vai ser um porto de abrigo para famílias e empresas.

Temos ainda o “Figueira Film Friendly” que vai potenciar as sinergias, entre o turismo, o cinema e as indústrias criativas, incluindo a construção de um estúdio com capitais privados.

O Centro de Formação Profissional dedicado ao sector terciário, muito em especial à indústria, permitindo dessa forma oferecer capacidade de resposta ao nível de recursos humanos especializados, para novos projectos industriais a instalar, e às indústrias existentes.

A clarificação das normas do PDM para auto construção nas freguesias, eliminando os constrangimentos e limitações urbanísticas que dificultam a fixação dos jovens, que têm o direito a construir as suas casas na sua própria terra.

Temos o Nomadismo Digital – Figueira Smart City – que vai incentivar a interactividade com os munícipes através das redes IOT, que vão assegurar a monitorização da gestão operacional da cidade, apostando fortemente na cobertura de fibra ou 5G, em 100 por cento do território, e por fim criar uma Zona Livre Tecnológica que permita às empresas testarem novas tecnologias em ambiente real, juntamente com o município e a Agência Nacional de Inovação, o que nos vai trazer mais oferta de emprego especializado.

Vamos avançar com o Centro de Alto Rendimento multidisciplinar, através da rentabilização do Estádio José Bento Pessoa, onde será criada uma infraestrutura que passará a permitir que a Figueira tenha a possibilidade de receber atletas e equipas de todo o mundo, de forma permanente e durante todo o ano, o que naturalmente vai contrariar os efeitos sazonais que se fazem sentir na Figueira, potenciando o comércio, turismo, hotelaria, os serviços, e passaremos a ter atenção ao nível das imprensas nacional e internacional, reforçando desse modo a marca Figueira da Foz.

O CEF – Centro de Exposições e Feiras que possibilita a cidade de receber certames dos diversos sectores e que passará a ser um indutor de desenvolvimento económico que, efectivamente, contribuirá para colocar a Figueira nas cidades com relevante interesse económico, como são os casos de Braga, Leiria ou Aveiro.

Estamos em condições de afirmar que, vamos conseguir fazer regressar o ensino superior, associado numa fase inicial à medida, Escola/Academia de Ciências e Tecnologias do Mar, onde teremos uma aposta real na economia azul, no desenvolvimento das tecnologias do mar e, consequentemente, teremos a breve trecho as universidades de volta, não vamos desistir…

Mas não vamos esquecer que o concelho está envelhecido e o diagnóstico social realizado apontou-nos a necessidade de uma unidade de cuidados continuados e de um Centro de Estimulação para Pessoas com Demência. Por esse motivo, vamos desenvolver ambos os projectos com vista a aumentar a qualidade de vida e a dignidade das pessoas, construindo desta forma uma resposta qualificada, sem esquecer que estas iniciativas por si só são geradoras de emprego especializado.

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