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José Augusto Bernardes é novo comissário-geral das comemorações dos 500 anos de Camões

O figueirense e professor catedrático José Augusto Bernardes é o novo comissário-geral da Estrutura de Missão para as comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, anunciou hoje o Ministério da Cultura.

“Considerando a necessidade de garantir uma melhor execução face ao atraso do anterior Governo na preparação das comemorações, tornou-se necessário proceder a uma alteração da natureza do cargo de comissário-geral, que passa a ser exercido em comissão de serviço, para permitir a dedicação exclusiva”, refere o Ministério da Cultura, num comunicado hoje divulgado.

Com a alteração agora feita, “a estrutura de missão passa a ter mais um cargo em dedicação exclusiva, para além do seu diretor-executivo”.

José Augusto Bernardes sucede no cargo a Rita Marnoto, que pediu exoneração em julho, recorda a tutela, referindo que se “mantêm em funções todos os restantes elementos da Estrutura de Missão”.

Doutorado em Literatura Portuguesa e professor catedrático da Universidade de Coimbra, José Augusto Bernardes já fazia parte do comissariado curatorial dedicado às comemorações.

De acordo com o Ministério da Cultura, José Augusto Bernardes foi, entre outras funções, diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (2011-2018) e coordenou o Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (2004-2005).

No passado dia 7, Rita Marnoto, professora catedrática e investigadora da obra de Camões, afirmava publicamente em Cabo Verde que era fundamental ter um orçamento e programadores que dessem fôlego às celebrações do nascimento do poeta.

À margem do XII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, na capital cabo-verdiana, Rita Marnoto não escondeu as dificuldades para a prossecução do trabalho da estrutura que liderava.

“Há dificuldades iniludíveis, que é o facto de não haver um orçamento, de não termos programadores”, disse, lembrando que, ainda assim, houve uma “colaboração do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Instituto Camões”, nomeadamente para levar as comemorações aos países lusófonos.

Rita Marnoto disse, na altura, estar confiante de que a ‘rentrée’ seria uma “época importante” para a definição do futuro do programa das comemorações.

“As comemorações de 500 anos do nascimento de Luís de Camões precisam de programadores, que são profissionais e que devem fazer aquilo que um programador faz com a bagagem e os conhecimentos profissionais que tem”, insistiu.

As comemorações do V centenário do nascimento de Luís de Camões arrancaram oficialmente no passado dia 10 de junho e contam com uma série de iniciativas, nomeadamente, espetáculos para teatro e cinema, programas para televisão, exposições e a edição de publicações especiais, até junho de 2026.

A estrutura de missão responsável pelas comemorações foi aprovada pelo atual Governo a 29 de maio passado, tendo como comissária-geral a investigadora Rita Marnoto e como diretor executivo o editor Vasco Silva.

Dias depois, a 5 de junho, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, apresentava, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, as “linhas de programação” destas comemorações, assentes nos eixos cívico-cultural, educativo e investigação.

“Ao assumir estas linhas de programação, com sentido de responsabilidade em relação às preocupações do presente, a Comissão [das comemorações] procurará dar resposta a todos, sem exceção, que se reivindicam dos valores emancipados da nação, com as suas múltiplas perspetivas de desenvolvimento social e cultural, e que pautam a sua consciência de cidadania pelos valores da justiça, da igualdade e da liberdade”, disse a ministra da Cultura.

Nesta ocasião, Dalila Rodrigues criticou o anterior Governo, por ter deixado “uma pesada herança”, designadamente pela “ausência de programação e de orçamento”.

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