A comunidade portuguesa em Macau já arrecadou 105 mil patacas (12 mil euros) em menos de 48 horas para comprar material médico para Portugal associado ao combate ao surto da covid-19.
O valor foi avançado à agência Lusa pelo presidente do BNU, Carlos Álvares.
O dinheiro angariado, num tão curto espaço de tempo, “é animador”, disse à Lusa a presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, uma das entidades que pertence ao movimento solidário que se propõe recolher fundos para adquirir equipamento de protecção para os profissionais de saúde em Portugal e material que garanta mais testes para despistar a covid-19.
A angariação de fundos urgente foi anunciada na terça-feira à noite e vai estender-se até 5 de Abril.
O movimento junta quase duas dezenas de entidades e personalidades e, em cerca de 12 dias quer apoiar Portugal “no esforço de guerra” face ao surto do novo coronavírus, estabelecendo como prioridade a aquisição de equipamento que proteja todos aqueles que estão na linha da frente e a capacidade nacional de detecção de casos, explicaram os seus membros à agência Lusa.
As entidades criaram uma conta no Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau, com o número 9016556516, sob o nome COVID19 – Portugal Conta Solidariedade.
Amélia António explicou que a partir de uma lista do Ministério da Saúde de Portugal foram definidos objectivos prioritários, sempre com um pressuposto: evitar que morra o menor número de pessoas possível e reduzir o total de infectados.
O presidente da Santa da Casa da Misericórdia, António José de Freitas, afirmou que se trata da contribuição para “um esforço de guerra” que está a ser travado em Portugal e destacou que não há já muito tempo, até porque a conta solidária vai estar activa apenas até 05 de Abril.
A conselheira das comunidades portuguesas em Macau, Rita Santos, sublinhou a importância de se conseguir mobilizar a comunidade portuguesa, sem se esquecer o desafio que vai representar a aquisição do material na China, bem como a logística que implica o envio para solo nacional.
O presidente da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau salientou a importância de se enviar equipamento capaz de assegurar a protecção de todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate à propagação e ao tratamento da covid-19.
“Sem médicos e enfermeiros não se tratam doentes!”, frisou José Manuel Esteves.
O movimento solidário conta com o apoio institucional do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do BNU.