A Associação dos Agricultores de Coimbra vai solicitar uma audiência à Agência Portuguesa do Ambiente e à Direcção de Agricultura para apresentar os prejuízos causados pelo mau tempo que só nas culturas de milho ascendem a 300 mil euros.
“Devido ao mau tempo ocorrido em Setembro, há prejuízos em mais de 100 hectares de milho de grão e silagem no Baixo Mondego, envolvendo dezenas de agricultores”´, indicou a Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO), notando que o prejuízo da área afectada ronda os 300 mil euros.
Os agricultores referiram que os seguros não pagam o montante em causa, uma vez que estes só cobrem prejuízos, no mínimo, em 30 por cento da exploração agrícola e com ventos de 70 quilómetros por hora ou mais.
Para a ADACO deve existir a possibilidade de fazer seguros individuais ou colectivos, através dos quais os prejuízos são pagos “no valor total afectado a partir de um euro” e o Governo deve adoptar medidas para apoiar os agricultores em causa.
Neste sentido, a associação vai pedir uma reunião, “com carácter de urgência”, à Direcção Regional de Agricultura do Centro.
Por outro lado, os agricultores de Coimbra lamentam que as obras feitas no leito periférico direito do Rio Mondego não “sejam insuficientes”, o que pode levar a um novo desmoronamento do dique.
“A APA aquando das cheias em finais de 2019, ao tirar toneladas de areia do Rio Mondego a montante da ponte de Santa Clara, depositando-as depois a jusante desta mesma ponte entre Coimbra e Montemor-o-Velho, originou que nestas zonas o rio ficasse com pouca capacidade de armazenamento de água, o que contribuiu em muito para que as cheias atingissem a dimensão que tiveram, e causar os imensos prejuízos que conhecemos na agricultura e infraestruturas”, sublinhou, vincando que “estão criadas as condições” para novas cheias e, consequentes, prejuízos.
A ADACO vai também pedir uma audiência à delegação de Coimbra da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), esperando que esta “ouça os agricultores”.