O presidente da Câmara da Figueira da Foz disse hoje que a transferência de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira para reforço do cordão dunar deverá acontecer em Setembro ou Outubro.
Este procedimento estava previsto ser realizado até ao final de Maio pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o que não aconteceu, motivando queixas de Pedro Santana Lopes, que tem manifestado preocupação com a erosão costeira e o assoreamento da barra.
Na reunião da Assembleia Municipal de hoje, o autarca revelou que a nova data foi comunicada pelo vice-presidente da APA, Pimenta Machado.
Segundo o presidente da autarquia, as restantes intervenções agendadas pela APA para a zona costeira da Figueira da Foz mantêm a mesma calendarização.
A partir de 2023, está previsto transferir 3,2 milhões de metros cúbicos na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento de cerca de 20 milhões de euros.
A solução para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (‘bypass’) é a mais indicada a longo prazo e deverá arrancar em 2024, segundo a calendarização prevista.
A construção do ‘bypass’ deverá representar um investimento de 18 milhões de euros, com um custo total, a 30 anos, que inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 60 milhões de euros, movimentando um milhão de metros cúbicos de areia por ano.
O autarca voltou a sustentar que é necessário o Governo, através da APA e dos ministérios do Ambiente e das Infraestruturas, avançar com as obras de desassoreamento da barra do porto, de forma a abrir “um novo ciclo”.
O presidente do município lamentou que o anúncio do anterior ministro do Ambiente, em 2021, no período de campanha eleitoral autárquica, que apresentou uma intervenção faseada, não se tenha concretizado.
“Tivemos sorte este inverno, não sei se voltaremos a ter no próximo”, enfatizou Santana Lopes, salientando que existem obras previstas da responsabilidade da APA e do Ministério das Infraestruturas.
O autarca disse ainda que dentro de dias deverá ser conhecida a nova administração do porto e que a mudança deverá “trazer um novo ciclo em relação às preocupações da viabilidade económica” do porto e da Figueira da Foz.