A migração é um dos factores responsáveis pelo aumento de pessoas em situação de sem-abrigo apoiadas pela associação CASA na Figueira da Foz, disse hoje à agência Lusa fonte da instituição.
“Na Figueira da Foz houve, efectivamente, um aumento do número de pessoas sem-abrigo que vieram de outros sítios”, disse Ana Maduro, coordenadora do CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo.
De acordo com os dados divulgados hoje, a instituição passou a apoiar mais 15 pessoas na Figueira da Foz do que em 2019, o que significou um aumento de 187,5% relativamente às oito que eram ajudadas em 2019.
O número de agregados familiares apoiados pelo CASA naquela cidade aumentou 212% em relação a 2019, colocando a Figueira da Foz no topo das localidades em que esse apoio mais cresceu.
“Houve um grande aumento de famílias brasileiras apoiadas, que trabalhavam em negócios de restauração e bares que foram os primeiros a ficar sem trabalho”, justificou Ana Maduro.
Segundo a coordenadora do CASA na Figueira da Foz, “este foi um dos factores que levou ao aumento de famílias apoiadas e o outro foi o aumento da capacidade da instituição para apoiar”.
“Tivemos mais apoios, que nos permitiu também abrir as ajudas a mais famílias”, sublinhou.
O CASA apoia as famílias mais carenciadas e os sem-abrigo com roupas e alimentos, que são distribuídos diariamente, semanalmente ou em cabazes mensais, conforme a situação em que se encontrem.
A nível nacional, o número de pessoas em situação de sem-abrigo apoiadas pela associação CASA aumentou 73% relativamente ao período pré-covid-19, anunciou a entidade, que registou um aumento de 40% nos pedidos de ajuda, tendo apoiado mais sete mil pessoas.
Em comunicado, a instituição dá conta de que apoia actualmente 1.998 pessoas sem-abrigo, “o que representa um aumento abrupto de 73% face à situação pré-pandémica” de 2019.
No global, o CASA registou mais 40% de pedidos de ajuda de agregados familiares desde o início da pandemia em comparação com o ano de 2019, apoiando agora 7.001 pessoas, contra as 5.008 desse ano.
Relativamente ao número de refeições distribuídas, refere que foram mais de 500 mil, o que significou mais 23% relativamente a 2019, quando entregaram 417.796 refeições.