O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes afirmou hoje que o mais provável é recandidatar-se à Câmara Municipal da Figueira da Foz e assumiu que ter saído do PSD foi “um erro”.
Em declarações aos jornalistas à chegada ao 42.º Congresso do PSD – numa visita que assumiu ter sido espontânea e não preparada -, Pedro Santana Lopes foi questionado se o seu nome também pode ser considerado como presidenciável, à semelhança do de Luís Marques Mendes, que tinha chegado momentos antes ao local onde está a decorrer a reunião magna social-democrata.
Na resposta, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz disse que o seu nome é mais “camarário presidencial, camarário autárquico” e, interrogado se já desistiu da possibilidade de vir a ser candidato à Presidência da República, respondeu: “Ainda não é tempo para isso”.
“Mas não, o mais natural na minha vida é a recandidatura autárquica, como disse”, respondeu.
Questionado se gostaria de ter o apoio do PSD nessa recandidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz, Santana Lopes disse que não vinha ao Congresso do PSD para “pedir nada”.
“Venho aqui para expressar a minha solidariedade com o trabalho que está a ser feito”, disse.
Interrogado se considera, como Luís Montenegro, que Luís Marques Mendes é um nome que encaixa bem para as eleições presidenciais, Santana Lopes disse que cabe ao primeiro-ministro pronunciar-se sobre isso, mas recusou emitir qualquer opinião sobre uma eventual candidatura do ex-presidente social-democrata e atual comentador da SIC..
Nestas declarações aos jornalistas, Pedro Santana Lopes disse que decidiu esta semana vir ao Congresso do PSD, porque “é uma altura muito importante para o país” e porque é um autarca apoiado pelo partido.
“Acho que temos deveres na vida e até de reparar alguns erros que cometemos e que devemos assumir e falar deles, e não fazer por os esquecer e, portanto, eu faço o que acho que é a atitude mais correta”, disse, salientando que só hesitou em vir porque sabia que Luís Marques Mendes também iria marcar presença hoje no congresso do PSD.
“Sabia que vinha cá o doutor Marques Mendes, o quadro em que vinha, e não queria nenhuma confusão, agora achei que devia vir”, disse.
Questionado sobre que erros são esses que pretende reparar, Santana Lopes disse que são erros que todos, na vida pessoal e política, cometem.
“Hoje em dia sei que não correu bem uma opção que tomei em relação a afastar-me do partido. Um erro e, quando cometemos um erro, não nos devemos pôr com grandes explicações. Se chegamos à conclusão de que foi um erro, assumi-lo. Mas se calhar há erros que, se voltássemos atrás, se calhar fazíamos os mesmos”, disse, afirmando que sempre disse que o seu coração estava no PSD.
Nestas declarações aos jornalistas, Santana Lopes disse que sentiu “um alívio muito grande” quando soube que o secretário-geral do PS ia viabilizar o Orçamento do Estado, salientando que os seis meses de mudança do Governo já tinham sido muito “custosos para as autarquias e para o país em geral”.
“Agora outra vez a mesma coisa, seria muito complicado. Portanto, respirei de alívio e respirámos todos com o sentido de responsabilidade demonstrado por ambos os lados. Foi muito bom”, disse, manifestando a esperança de que este Governo cumpra a legislatura.
Santana Lopes considerou ainda que o nome de Leonor Beleza para primeira vice-presidente do partido é excelente e, questionado se considera que daria uma boa candidata presidencial, disse que sim.
“Mas agora a escolha dela é esta, e fico contente com isso. O país precisa de grandes valores”, respondeu.
O ex-primeiro-ministro considerou ainda magnífica a renovação dos órgãos nacionais do PSD decidida por Luís Montenegro, salientando que já há muito tempo que é um “grande defensor” da separação entre os órgãos do partido e os do Governo.
“É uma opção muito inteligente, boa para o partido e para o país”, frisou.
Pouco depois das declarações, o presidente da mesa do Congresso, Miguel Albuquerque, pediu um aplauso para a presença de Santana Lopes, enquanto antigo líder do PSD, tal como tinha feito momentos antes para Luís Marques Mendes.