InícioLocalPescadores do Centro Litoral registam quebras de 80%

Pescadores do Centro Litoral registam quebras de 80%

Os pescadores estão a registar uma diminuição de 80% da facturação, sendo a quebra maior no pescado mais caro, afirmou hoje o presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe do Centro Litoral.

“Fomos fortemente abalados pelo fecho dos restaurantes. Todo o tipo de peixe perdeu mercado. Os peixes mais baratos vendem-se melhor, mas os preços baixaram bastante”, disse à agência Lusa António Lé.

Segundo o responsável da Cooperativa de Produtores de Peixe do Centro Litoral (CCPCL), o impacto não se sente apenas no fecho dos restaurantes, mas também na retracção do consumo por parte das famílias.

“Os peixes mais caros vendem-se muito para restaurante, mas também se vende para o consumidor final. Mas, fruto da pandemia, as famílias optam por comprar três ou quatro quilos de peixe mais barato”, do que de pescado mais caro, como é caso dos robalos, linguados ou pargo, notou.

Apesar de estar aberta a possibilidade de ‘take away‘ e entrega ao domicílio para os restaurantes, António Lé realça que os estabelecimentos especializados em peixe têm mais dificuldade em manterem atividade nesses moldes.

“Por muito que façam ‘take away‘, tirando os arrozes e massadas, o resto não se aconselha, porque o peixe grelhado que é metido em cuvetes perde muitas qualidades naqueles 20 ou 30 minutos até ser comido”, constatou.

De acordo com António Lé, a quebra na venda para restaurantes será “superior a 95%”.

“Todos os armadores estão com bastantes dificuldades. Com estas condições de tempo que não têm sido as melhores e com a pandemia, nós somos obrigados a ir para a rua e a pôr a nossa vida em perigo e com estas quebras todas a desmotivação é muita. Por muito que possamos produzir, o retorno não existe”, salientou.

A expectativa é que “com a vacinação, com o confinamento e com todos os sacrifícios” que estão a ser feitos de momento, se possa arrancar “o último semestre com força e passar uma imagem positiva do país”, frisou.

“Se conseguirmos retomar minimamente a partir de Maio ou Junho, poderemos ter um ano equilibrado”, realçou o responsável.

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