O ministro da Saúde anunciou hoje que o Governo vai apoiar a especialização dos enfermeiros, que até agora é suportada por aqueles profissionais de saúde, num processo que estará concluído em 2024 ou o mais tardar até 2025.
“Não me parece fazer nenhum sentido que os enfermeiros que já são penalizados por não terem um salário que sintam que corresponde inteiramente ao grau de actividade que fazem sejam ainda penalizados, porque para adquirirem essa especialização têm de a pagar do seu bolso”, disse Manuel Pizarro.
O governante, que discursava no encerramento da II Convenção Internacional dos Enfermeiros, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, salientou que ainda este mês vai ser criada um grupo de trabalho bipartido entre o ministério e a Ordem dos Enfermeiros (OE) “para trabalhar na forma técnica de concretizar a existência de um internato de enfermagem”.
O Governo tem “de encontrar um sistema mais justo de fazer essa repartição do esforço entre o apoio do Estado e o esforço que cada um tem de fazer para se diferenciar profissionalmente”, frisou o ministro da Saúde.
“Este esforço tem de ser tratado com a dignidade que merece”, sublinhou Manuel Pizarro, que pretende concretizar a existência de um internato de enfermagem “no próximo ano ou, quando muito, em 2025, na sua capacidade de execução plena”.
Aos jornalistas, o titular da pasta da saúde salientou que o Governo tem de criar um sistema em que a especialização dos enfermeiros seja integrada na actividade normal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo Manuel Pizarro, foi possível fazer progredir mais de 17 mil enfermeiros, com retroactivos ao início de 2022, num esforço que representa cerca de 80 milhões de euros por ano, “mas agora há que respirar um pouco antes de se dar os próximos passos, que têm de ser dados”.
A II Convenção Internacional dos Enfermeiros, subordinada ao tema “Futuro é Saúde”, decorreu quarta e quinta-feira, na Figueira da Foz, com a participação de cerca de 1.400 profissionais de saúde.