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Figueira da Foz vai contar os seus azulejos

O município da Figueira da Foz tem em curso um levantamento do património de azulejos do concelho, através do reconhecimento e registo fotográfico para posterior divulgação, anunciou hoje a autarquia.

“O trabalho de inventário do património azulejar é ferramenta importantíssima para efeitos de registo, protecção e salvaguarda do azulejo, nas suas diversas formas de utilização, e pretende contribuir decisivamente para a valorização, sensibilização e participação de todos em prol de um património comum”, afirma o município, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Os técnicos da equipa do Património Cultural estão “a efectuar o levantamento de todos os exemplares azulejares considerados com valor patrimonial”, nomeadamente aquele que se encontra “em revestimentos integrais ou pontuais de fachadas, em apontamentos decorativos, muros, fontes ou fontanários ou alminhas, em registos hagiográficos (da vida de figuras religiosas), figurativos, publicitários ou toponímicos, entre outros”, adianta o comunicado.

Segundo a nota, nesta fase “encontra-se já concluída a identificação e recolha fotográfica do património azulejar de valor patrimonial” das freguesias de Quiaios, na zona norte do concelho e São Pedro, a sul.

“Concluída está também a identificação deste património na vila de Buarcos, encontrando-se as equipas a efectuar a recolha na zona urbana da Figueira da Foz e nas freguesias de Tavarede e de Lavos”, acrescenta.

“Este trabalho será disponibilizado ao público através do inventário vertido na base de dados do património cultural do município, uma ferramenta essencial para efeitos de catalogação e pesquisa, quer para profissionais e estudiosos desta temática, como igualmente para o público em geral”, refere ainda o comunicado.

O trabalho de inventariação começou em 2008, com foco nos azulejos de Arte Nova, tendo sido identificados cerca de 250 registos.

“O mesmo ficará disponível a todos e será publicado numa edição em fascículos temáticos, estando previsto que o primeiro seja dedicado aos Registos, normalmente painéis de azulejo, de pequena dimensão, regra geral hagiográficos, representando os santos de maior devoção ou com o qual se partilha o nome. Ou ainda com outras representações figurativas ou simbólicas, colocados nas fachadas, como forma de protecção, devoção ou com outra simbologia mais individual e que fazem parte de uma identidade local muito forte”, refere.

A Figueira da Foz possui uma das maiores coleções mundiais de azulejos holandeses de Delft, cerca de sete mil exemplares que decoram quatro salas da Casa do Paço.

Representam paisagens campestres e marítimas, cavaleiros, imperadores romanos, personagens históricas ou temas bíblicos, e na sua maioria são baseados na pintura holandesa dos séculos XVI e XVII e em gravuras da época.

Inês Pinto, investigadora que publicou um livro sobre o tema, cuja segunda edição foi apresentada em 2017, sustenta que os azulejos da Figueira da Foz terão sido produzidos na olaria Delftsevaart, em Roterdão, no início do século XVIII, embora permaneçam desconhecidas as circunstâncias da sua instalação na Casa do Paço, um dos mais antigos edifícios da cidade, fronteiro ao rio Mondego.

Uma das hipóteses aponta para que os azulejos fizessem parte da carga de uma fragata holandesa que naufragou na praia da Figueira da Foz em 1706, cujo espólio terá sido leiloado pela Alfândega.

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