O presidente da Câmara da Figueira da Foz anunciou que o município vai abandonar o sistema de transportes públicos concebido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, mas que ainda não entrou em funcionamento.
Pedro Santana Lopes disse, em sessão de Câmara, que “está na altura de romper em definitivo” com a CIM naquela área estratégica.
“Estamos a trabalhar para dotar a zona urbana e não urbana de transportes adequados à nossa realidade”, adiantou o autarca, referindo que para esse efeito está a ser ponderada a aquisição de veículos elétricos.
O presidente da autarquia figueirense acrescentou que existe a possibilidade de serem adquiridos viaturas de transporte adaptadas à procura.
No final da reunião de ontem, o autarca disse que a decisão não era “nenhuma surpresa”, mas a concretização do que já tinha anunciado.
No início de novembro, Santana Lopes disse que não estava satisfeito com a atuação da CIM em várias áreas, uma delas nos transportes.
“Nos autocarros o concurso dura mais do que um mandato e ainda vão formar motoristas e ter um período de transição, o que é uma coisa de anedota”, enfatizou na altura.
Nessas declarações, o autarca disse que a atividade da CIM Região de Coimbra “não está numa altura especialmente frutífera”, salientando que sempre falou bem da realidade das comunidades intermunicipais.
A CIM da Região de Coimbra tinha lançado novo concurso público para os transportes públicos rodoviários em 2023, depois de o primeiro procedimento ter ficado deserto, tendo feito uma revisão dos pressupostos do concurso e uma redução da rede em cerca de um milhão de quilómetros percorridos.
Em maio, o grupo Transdev, que há muitos anos opera em Coimbra, recorreu à via judicial para tentar impugnar a decisão do concurso de transportes públicos rodoviários da região, processo vencido pela israelita Busway.
A operação futura desta rede de transportes rodoviários estará integrada no bilhete intermodal que irá servir toda a região (um bilhete único que permite usar esta rede, mas também o Metro Mondego e os transportes urbanos de Coimbra).