O executivo municipal da Figueira da Foz, liderado pelo Partido Socialista (PS), fez hoje o balanço de 12 anos de governação, assinalando a amortização da dívida de 92 milhões de euros “herdada” em 2009, para os 32 milhões.
“Esta dívida [de 92 milhões] muito condicionou a actuação de 12 anos de mandato. Também é de realçar que recuperámos a credibilização da actuação da Câmara, pois, em 2009, o prazo médio de pagamento a fornecedores era de 272 dias e hoje é inferior a 30 dias”, disse, na última reunião do executivo, hoje realizada, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, que termina o mandato no domingo.
O valor de 32,2 milhões de dívida, registada a 30 de Setembro, reporta a cerca de 25,3 milhões de euros (19 milhões de médio e longo prazo, incluindo cerca de 12 milhões em financiamento bancário e seis milhões de curto prazo) e 6,9 milhões da empresa municipal de habitação Figueira Domus.
Para além da amortização de cerca de 60 milhões de dívida em 12 anos – a primeira década liderada por João Ataíde (já falecido), até este ir para o Governo em 2019, e os últimos dois anos por Carlos Monteiro – o autarca destacou a disponibilidade de tesouraria do município, que se cifra em cerca de 16 milhões de euros.
Outros dados hoje revelados apontam para um valor total de investimento (obra paga) de 92 milhões de euros em 12 anos e, como “herança para o futuro”, mais de 90 empreitadas e fornecimento de bens e serviços actualmente em execução ou em procedimento concursal em todas as 14 freguesias do concelho, “com a respectiva dotação orçamental” de 43,5 milhões de euros, 20,6 milhões dos quais “a coberto de candidaturas a fundos comunitários”, afirmou Carlos Monteiro.
Após uma intervenção de cerca de 20 minutos sobre o trabalho realizado em variadas áreas de intervenção municipal, o autarca revelou que o mapa de pessoal afecto ao município possui 838 funcionários – incluindo a Câmara Municipal, Protecção Civil, Figueira Domus, Bombeiros Sapadores e cinco agrupamentos escolares – ascendendo o número de avençados e prestadores de serviços a 27 pessoas.
Carlos Monteiro lembrou ainda que, no actual mandato, o concelho foi “profundamente afectado por várias catástrofes”, desde o incêndio que o atravessou em 2017, o furacão Leslie, que em 2018 provocou “mais de 40 milhões de euros de prejuízo, dos quais quatro milhões em espaço público e cerca de 800 mil euros nas colectividades” e a covid-19 “que condicionou que cerca de 2,5 milhões do orçamento municipal fossem alocados à mitigação dos danos provocados por esta pandemia”.
“Ainda assim, a bem da dignificação da democracia, o programa eleitoral com que nos candidatámos em 2017, foi cumprido em mais de 95%”, frisou.
“Em nota final para memória futura, sem nunca ter posto em causa a dignidade da representação da autarquia, pretendo que seja do conhecimento público que o valor total de ajudas de custo, ao longo de 12 anos de exercício, foi de 988,55 euros, o que configura uma média de 82,38 euros por ano”, enfatizou Carlos Monteiro.
O movimento independente Figueira a Primeira, de Pedro Santana Lopes, vai liderar, sem maioria, o executivo municipal da Figueira da Foz, depois de ter vencido as últimas eleições autárquicas com 40,39% dos votos e quatro mandatos.
Com os mesmos quatro mandatos, o PS obteve 38,39% dos votos e o PSD 10,83% e um mandato.
A tomada de posse dos novos órgãos municipais está agendada para domingo, a partir das 15h, no grande auditório do Centro de Artes e Espectáculos.