A minimização do impacto dos parques eólicos ‘offshore‘ na flora e fauna marinhas é o objectivo de um acordo de colaboração assinado entre o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e a empresa IberBlue Wind.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, esta ‘joint venture‘ especializada na promoção de projectos eólicos ‘offshore’ flutuantes, que opera no mercado ibérico, informou que “colaborará com o MARE no desenvolvimento de actividades científicas relacionadas com o estudo dos ecossistemas aquáticos, actividades de inovação, transferência de conhecimento e outras actividades de formação e de divulgação científica”.
O acordo é dirigido ao desenvolvimento de dois parques eólicos planeados pela IberBlue Wind para Portugal, ao largo da Figueira da Foz e de Viana do Castelo.
“A colaboração entre as duas entidades tem como objectivo estudar o potencial impacto dos parques eólicos ‘offshore‘ na flora e fauna marinhas”, acrescentou.
O trabalho conjunto das duas entidades permitirá conceber “soluções que garantam a coexistência das instalações com o meio natural da zona de implantação das eólicas, reduzindo o seu potencial impacto sobre a população piscícola e promovendo a sustentabilidade da actividade pesqueira”.
A parceria abrange os projectos ‘Botafogo’, junto à Figueira da Foz, para um parque eólico com uma área prevista de 359 quilómetros quadrados (km2) e uma potência instalada de 990 megawatts (MW), e ‘Creoula’, nas proximidades de Viana do Castelo, com uma superfície de 413 km2 e uma potência instalada de 1.440 MW.
Em conjunto, segundo a nota, os dois projectos “poderão fornecer energia limpa” a mais de 1,6 milhões de habitações.
Na assinatura do acordo, participaram Pedro Raposo Almeida, director do MARE, e Enrique de Farago, Manuel Monteiro e Tiago Morais, em representação da IberBlue Wind, bem como os investigadores José Lino Costa e Bernardo Quintella, daquele centro científico, e Hugo Miranda, vice-director da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
A IberBlue Wind é constituída pelas empresas espanholas Proes Consultores e FF New Energy Ventures, além do grupo irlandês Simply Blue, líder em energia eólica flutuante ‘offshore‘.