O candidato do PS à Câmara da Figueira da Foz e actual presidente, Carlos Monteiro, escolheu uma das maiores urbanizações da cidade, localizada em dois bairros contíguos, para contactar com moradores e destacar investimentos públicos.
Em conversa com a agência Lusa, durante um passeio a pé pelas Quintas da Esperança e do Paço, na freguesia de Tavarede e onde residem cerca de quatro mil pessoas, Carlos Monteiro enfatizou a aposta na requalificação de edifícios, em detrimento da construção nova no concelho.
“O concelho tem 5.400 casas devolutas, não faz sentido estar a construir de novo sem recuperar essas”, afirmou o candidato socialista.
Sobre a Quinta da Esperança, onde coincidem prédios de apartamentos e moradias, Carlos Monteiro definiu-a como “uma zona de classe média, média/alta, que confina com outra que, inicialmente, não o era”, disse, aludindo à Quinta do Paço, um bairro construído nas décadas de 1980 e 90, durante muito tempo conotado com o tráfico e consumo de droga e pequena criminalidade.
“Há quatro, cinco anos, fizemos uma intervenção muito importante na Quinta do Paço, estava degradada. Hoje não está perfeita, como nenhum espaço na Figueira está perfeito. Mas hoje é um sítio onde se vive com tranquilidade, sem nenhuma confusão, é um sítio onde houve a integração das diversas comunidades, das diversas etnias, sem problema nenhum”, destacou o autarca.
Na opinião de Carlos Monteiro, não devem nem podem existir “grandes aglomerados populacionais, com pessoas da mesma etnia e com as mesmas carências, não faz sentido”.
“E as nossas políticas de habitação vão muito nesse sentido: hoje, fixar as pessoas nos sítios onde elas vivem e dispersar a oferta habitacional, porque evita-se uma série de problemas”, observou.
Na caminhada pelos bairros, um dos pontos que mereceu a atenção do candidato do PS foi o estado de alguns passeios em calçada portuguesa, por onde brotam tufos de ervas.
“A não aplicação de herbicidas não nos permitiu ter isto tão limpo como gostaríamos. Mas é uma preocupação ambiental e também uma preocupação com a saúde das pessoas”, admitiu.
A comitiva socialista, que integrava cerca de 20 pessoas, foi bem recebida na urbanização, com algumas manifestações de afecto, em pessoa ou à distância, desde uma família que, na varanda de um rés-do-chão, expressou apoio ao candidato, até outros a baterem palmas e a acenarem, a partir de um 6º andar.
À porta de um prédio, com uma sachola na mão, Luís Silva tinha reparos a fazer, sobre de águas que levaram a um buraco no passeio “com um metro”, que o homem acabou por tapar.
Carlos Monteiro acabaria por deixar, escrito no jornal de campanha que entregou ao homem, o seu número de telemóvel. E o morador abdicou das críticas: “Eu conheço-o bem e gosto de si”.