Captar mais eventos internacionais é um dos objetivos da nova estratégia do Turismo Centro de Portugal (TCP), cujo plano de ação até 2027 está atualmente em revisão, disse hoje o presidente daquela entidade regional.
Em declarações à agência Lusa à margem da apresentação do programa de Passagem do Ano do município de Mira, Raul Almeida observou que o atual plano de ação do TCP (2020-27) foi elaborado antes da pandemia de covid-19, estando a ser revisto e atualizado.
“Houve aqui uma alteração de pressupostos que têm de ser atualizados e nós entendemos fazer essa revisão. Passa por ouvir várias entidades, parceiros, empresários, juntar toda a informação e definir uma estratégia em que existirão uma série de eixos prioritários, a partir dos quais vamos trabalhar os produtos turísticos”, argumentou.
Intervindo durante a sessão em Mira, o presidente da entidade que congrega 100 municípios da região Centro argumentou que a criação e atração de novos eventos “são como uma mola que atrai populações”.
Segundo Raul Almeida, em finais do corrente ano, o setor do turismo em Portugal antecipa ter um peso de 16 por cento no Produto Interno Bruto e uma das novas estratégias futuras do organismo que lidera, aponta, precisamente, para a captação de eventos “que continuem a quebrar a sazonalidade”.
À Lusa, Raul Almeida reafirmou que “os eventos são estratégicos, especialmente numa região enorme e diversificada” como o Centro de Portugal e onde a coesão territorial é outro dos fatores a ter em conta, tendo sido já realizado um levantamento de espaços disponíveis no território.
“Somos 100 municípios e desses 100 uma grande parte são no interior do país. Temos de ter maneira de atrair eventos internacionais, desportivos, convenções, congressos, espetáculos, que atraiam pessoas fora da época alta e ajudem a criar uma dinâmica”, vincou.
Embora ainda sem dados definitivos ou números concretos, Raul Almeida antecipou uma continuação do crescimento turístico no Centro de Portugal no final do ano. “Costumo dizer que na região Centro temos espaço para crescer e temos de aproveitar. E um dos grandes desafios da atualização da estratégia é a diversidade que temos, desde uma costa enorme, às serras, ao turismo religioso ou uma gastronomia imensa e tem sido difícil, ao longo destes anos, fazer disto uma região homogénea, dentro desta diversidade”, notou.