Hoje, por volta das 17h, o Casino da Figueira da Foz abriu as portas ao público para se falar da vida de Jorge de Sena e da sua relação com a cidade. O Figueirense presenciou a palestra, assim como muitas pessoas interessadas.
A palestra centrou-se em explicar as ligações que o poeta e escritor tinha com a Figueira, assim como as viagens que Jorge de Sena fez, e a evolução de sua pessoa, depois de ter sido exilado.
Apesar de ter percorrido vários continentes, o escritor tinha um especial afecto pela Figueira, tendo passado várias vezes férias na cidade. Jorge Fazenda Lourenço, um académico, foi um dos dois oradores desta palestra e explorou minuciosamente certos poemas do poeta e escritor, sublinhando que “apesar de ter permanecido em diversos países, (Jorge de Sena) não se sentia enraizado em nenhum deles, apesar de sentir uma grande ligação ao país de origem”, sublinhando que “Jorge de Sena não deixou a Europa, apenas se esqueceu dela”. António Tavares, escritor, foi o outro orador presente nesta palestra, e focou-se na misticidade e romance da Figueira que o poeta induziu na sua escrita. O segundo orador distinguiu a diferença entre a “Figueira das ruas e a Figueira espiritual” que Jorge de Sena descreveu no seu livro, considerando que o poeta “não se concentrou em explicar lugares físicos, mas sim a explicar as suas vivências de um ponto de vista mais romântico, mais espiritual”. Concluiu com um pensamento feliz, relembrando a existência de “três elementos dos “Sinais de Fogo” que eu considero belos: o fogo, a brasa e a cinza. E a Figueira espiritual continua ainda a hoje a vibrar no fogo, na brasa e na cinza.”