A Lusiaves perdeu temporariamente o selo de bem-estar animal, após a divulgação de imagens com dezenas de frangos feridos ou mortos, e só poderá tentar recuperá-lo a partir de agosto, adiantou à Lusa a Welfair, responsável pela certificação.
“Em 17 de março, decidimos suspender temporariamente a certificação até agosto de 2025. [A empresa] mostrou-se contra esta decisão, alegando que se tratou de um episódio que envolveu quatro trabalhadores”, anunciou fonte oficial da Welfair, em declarações à Lusa.
A partir desta data, as embalagens de carne da Lusiaves não podem conter o selo que assegura ao consumidor o cumprimento das boas práticas de bem-estar animal.
Contudo, a partir de agosto, a empresa pode tentar recuperar este selo. Para isso, terá de solicitar uma nova certificação, uma nova auditoria, bem como cumprir todos os padrões exigidos por esta entidade.
O grupo Lusiaves suspendeu quatro funcionários de uma exploração na Figueira da Foz, depois de a associação Frente Animal ter divulgado imagens que mostram trabalhadores a agredir os animais e dezenas de frangos feridos e mortos.
As imagens foram divulgadas na rede social Instagram da associação durante o fim-de-semana e, alegadamente, foram captadas em novembro numa quinta do grupo na Figueira da Foz certificada com o selo Welfair desde 2022.
Na publicação podem ver-se trabalhadores a agredir os animais, aves feridas, com asas partidas e órgãos expostos, e dezenas de animais mortos.
A empresa afirmou que nem todas as imagens publicadas foram captadas na exploração avícola da “Quinta de Matinhos”, mas confirmou a abertura de um processo de inquérito que resultou na suspensão de funções de quatro funcionários perante indícios de “práticas contrárias ao bem-estar animal, cometidos à total revelia da empresa”.