InícioLocalHomenagem aos fregueses que combateram na guerra do ultramar

Homenagem aos fregueses que combateram na guerra do ultramar

Carlos Batata, presidente da Junta do Bom Sucesso, mostrou-se muito satisfeito por poder comemorar este aniversário, que “nos enche de alegria e satisfação, pelo significado que assumiu para a nossa terra”, referiu. A 12 de julho de 1985 “cumpriu-se o sonho acalentado por muitos dos nossos conterrâneos”, frisou Carlos Batata que não quis deixar de manifestar o seu reconhecimento “a todos os que de então para cá têm contribuído para o progresso da nossa comunidade local, seja a título individual, ou nas diversas instituições”, e também aos diversos executivos camarários que souberam interpretar a vontade da população local. Vós sois o garante diário de serviços fundamentais que permitem a vida em comunidade”, referiu o autarca, dirigindo-se aos funcionários da junta da freguesia, cujo trabalho elogiou, a par dos “companheiros de jornada [executivo] que o desafiam a fazer mais e melhor para a freguesia.

O mesmo efetuou um breve balanço dos trabalhos realizados no último ano de mandato, muitos dos quais contaram com o “apoio imprescindível da Câmara Municipal para a sua concretização”, e deixou um desafio à Camara Municipal: a colocação de um novo piso sintético no campo de futebol do parque desportivo das Lagoas, que tem vindo a ser utilizado por cerca de uma centena de atletas do futebol de formação e da equipa sénior. Interpretando os anseios da população do Bom Sucesso, Carlos Batata referiu que “continuamos esperançados numa intervenção na Lagoa da Vela”.

José Duarte Pereira, mostrou-se muito honrado por estar presente e deixou palavras de muito “respeito” a todos “os autarcas de freguesia” pelo trabalho que realizam, com “honra, competência e excelência”.  Pedro Santana Lopes, a propósito da Lagoa da Vela, sublinhou que de acordo com parecer técnico solicitado pela autarquia, embora a mesma esteja um pouco assoreada, “está viva, equilibrada.  Não pensem que não acompanhamos o assunto com esmero”, salientou o autarca, que referiu que “as Lagoas são uma das riquezas principais do nosso concelho, nomeadamente a Lagoa da Vela”.

Relativamente ao empreendimento turístico projetado para cem hectares junto à Lagoa, Santana Lopes defendeu que se a “freguesia vir interesse nisso”, poderá vir a ser realizado um referendo,” pois eu gosto muito de ouvir as pessoas, de ouvir a sua opinião, de pronunciarem-se do e dizerem, de facto aquilo que preferem para o futuro das suas vidas”, sublinhou.

Pedro Santana Lopes referiu que na próxima semana “teremos notícias sobre esta parte do concelho e não só, que por força do tempo que vivemos vão ter investimentos, desenvolvimentos muito significativos. Unidades industriais de ponta, muito importantes, que vão criar centenas de postos de trabalho, referiu.

A encerrar a sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal enalteceu o relacionamento institucional “impecável que a junta sempre teve com o município”, assim como a postura de Carlos Batata, um presidente de junta que “reivindica, propõe, lembra, sugere, defende, mas sempre com nível, elevação, mas firme na defesa dos interesses dos seus fregueses”, e a sua “colaboração com o executivo durante estes quatro anos”.

Após a sessão solene seguiu-se, junto à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios e ao som da canção a “Lá longe onde o sol me castiga mais”, de Paco Bandeira, a inauguração de um memorial de homenagem aos combatentes na guerra do Ultramar, em particular a Jorge Grou de Oliveira, natural da freguesia, falecido em combate.

Estiveram presentes vários ex-combatentes, familiares de Jorge Oliveira (viúva, neto e bisneto), o presidente do Núcleo da Figueira da Foz da Liga dos Combatentes e o padre Daniel Rodrigues, que procedeu à bênção do memorial.

Carlos Batata sublinhou que o memorial pretende homenagear todos “aqueles que serviram Portugal na guerra do Ultramar, que residiam no território que hoje constituí a nossa freguesia. Este é, pois, um momento de reconhecimento em que nos curvamos perante o sacrifício e coragem de tantos jovens da nossa terra”, referiu o autarca do Bom Sucesso.

José Carvalho interveio na qualidade de ex-combatente e referiu que “esta homenagem legítima e justa, se justifica plenamente”, pois as boas “ações, ao contrário dos crimes nunca prescrevem” . O mesmo deixou um testemunho sentido da sua vivência da guerra colonial, que considerou “profundamente injusta”, para quem apenas “ia cumprir o dever obrigatório de defender a Pátria”. “Que nunca as vítimas que nos fomos sejam transformadas em vilões”, frisou.

Para Américo Camelo, vice-presidente do Núcleo da Figueira da Foz da Liga dos Combatentes, o monumento “concebido com sobriedade e significado, é símbolo de um testemunho solene de reconhecimento e respeito”.  Américo Camelo sublinhou que “mais que uma homenagem aos que combateram é também um justíssimo tributo aqueles que em solo nacional viveram outra guerra, uma guerra silenciosa, solitária e profundamente dolorosa”, referindo-se às mães e mulheres que “não estiveram na linha da frente, mas cujo trauma da guerra embora invisível nelas foi vivido intensamente, de forma silenciosa, secundária, mas real”.

A encerrar a cerimónia de inauguração, Santana Lopes expressou o seu orgulho enquanto presidente da câmara “por ver que neste concelho se enaltece e honra a memória, sem complexos, de quem serviu a Pátria”. Lembrou ainda os conflitos que se vivem atualmente no mundo, nomeadamente na Ucrânia e em Gaza, e salientou que “o presente e principalmente o futuro só se constroem se tivermos orgulho no nosso passado, nas páginas melhores e nas menos boas.”

Pub

Leia também