O ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, Salvador Malheiro, secretário de Estado das Pescas e do Mar, e Pedro Santana Lopes, presidente da autarquia figueirense, estiveram na tarde de ontem nas instalações dos Estaleiros da Atlantic Eagle, na Figueira da Foz, e o tema derivou para a prioridade estratégica da construção naval por parte do atual governo.
Do programa da visita fez parte uma reunião, na qual Bruno Costa, sócio-gerente dos estaleiros deu nota da situação da empresa, da sua visão do estado geral do setor da construção e reparação naval.
O ministro, que salientou estar ali para ouvir “para melhor decidir e acabar com burocracias”, referiu, a propósito da questão das garantias bancárias levantada por Bruno Costa e que poderão levar a empresa a perder um contrato de 60 milhões de euros, que existe a possibilidade de as mesmas virem a ser acionadas através de um fundo de 500 milhões de euros criado pelo Governo no Banco de Fomento com verbas do PRR.
A visita incluiu ainda a realização da cerimónia simbólica do assentamento da quilha da embarcação encomendada pela empresa do armador figueirense António Lé, designado “Atleta”, um investimento na ordem dos 2,7 milhões de euros, dos quais 2,2 milhões são elegíveis em sede de PRR, sendo o projeto que absorveu o maior apoio da “bazuca” europeia ao setor das pescas em Portugal e que o armador sublinhou ser “um projeto da Figueira para a Figueira”.
Na sua intervenção, Pedro Santana Lopes referiu o seu ceticismo inicial relativamente à “ressurreição da construção naval” na Figueira da Foz, mas congratulou-se com a aposta realizada pela AtlanticEagle e por António Lé “num país como o nosso, que vai mantendo problemas, imbróglios”, manifestou ainda “orgulho de terem resistido” e confiança no cumprimento do prazo de construção.
A moderna embarcação, construída em alumínio, será mais eficiente energeticamente, permitirá que a tripulação tenha melhores condições de vida a bordo. Para o armador, será certamente o “mais moderno e sofisticado barco de pesca de cerco construído em Portugal”.
Santana Lopes lembrou a necessidade de o porto da Figueira da Foz ter uma draga em permanência e reiterou a disponibilidade do Município para comparticipar a sua aquisição, se se revelar necessário.






