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CAE vai passar todos os filmes de João César Monteiro em janeiro

Os filmes do realizador figueirense João César Monteiro vão voltar a ser exibidos nas salas de cinema, inclusive no Centro de Artes e Espetáculos (CAE), a partir de 8 de janeiro, em cópias restauradas e digitalizadas pela Cinemateca Portuguesa, revelou hoje a distribuidora Medeia Filmes.

De acordo com a distribuidora, será a exibição integral de uma “obra extraordinária, ferozmente livre e de uma coragem artística ímpar, de um cineasta singular e iconoclasta que marcou sobremaneira a arte portuguesa no último meio século”.

Esta iniciativa abrange cerca de duas dezenas de filmes de João César Monteiro (1939-2003), entre curtas e longas-metragens, nomeadamente “Quem espera por sapatos de defunto morre descalço” (1971), “Que farei eu com esta espada” (1975), “Silvestre” (1981), “Recordações da casa amarela” (1989), “A comédia de Deus” (1998) e “Branca de Neve” (2000).

Entre os vários prémios conquistados pelo realizador está o Leão de Prata – Grande Prémio Especial do Júri para “A comédia de Deus”, no Festival de Cinema de Veneza.

Em outubro, o cinema de João César Monteiro foi exibido numa retrospetiva no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), nos Estados Unidos, sob o título “Sinfonias de um libertino”.

Protagonista de muitos dos filmes que fez, João César Monteiro terá sido o mais inclassificável dos realizadores do cinema português, um “verdadeiro libertino”, como descreveu o MoMA, que “subverteu tendências e definições numa obra que, na linha de Erich von Stroheim, se concentra nos mistérios pervertidos do prazer, da decadência e da tradução poética do sublime para a arte”.

De acordo com a Medeia Filmes, distribuidora do produtor e exibidor Paulo Branco, estão previstas mais iniciativas na América do Norte, nomeadamente “estreias em sala”, a edição dos filmes em suportes DVD e BLURAY e a publicação de um livro dedicado ao cineasta.

Quando João César Monteiro morreu, em 3 de fevereiro de 2003, um dia depois de completar 64 anos, o antigo diretor da Cinemateca, João Bénard da Costa, disse que o cinema dele só iria “crescer com o tempo” e que tal como o público “adorava ou detestava” as suas obras, ele também era assim, “sem meias tintas, nem possibilidades de reconciliação”.

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