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A tradição do Jubileu das Almas e Missa de Requiem

Desde a sua fundação, em 1894, que a Filarmónica de Santana participa no cerimonial pela alma dos fiéis defuntos, “cujo ritual é bastante comum em várias regiões do país. Assim, após a já mencionada Missa de Requiem, inicia-se da Igreja uma procissão até ao cemitério onde se incorporam a Irmandade das Almas, o povo da terra, o séquito clerical e a banda de música. Já no cemitério além das orações próprias do dia, é efetuado um sermão pelo padre pregador findo o qual, além das exéquias próprias é executado um cântico apropriado. Com atualizações recentes, no que concerne à missa e de acordo com o que foi proposto pelo pároco da paróquia, continuamos a trabalhar para apresentar sempre um trabalho digno, sério, responsável e sobretudo de qualidade e respeito pelos fiéis, o qual é reconhecido e apreciado por todos”, no dizer de quem organiza a tradição.

Ao som das marchas fúnebres (de Beethoven, Chopin, Ricardo Dorado, Verdi e outros compositores) em direção ao cemitério e inversamente, esta realidade já foi efetuada em Santana no início do mês, acontecendo o mesmo noutros sábados, onde da Banda de Santana está presente.

Em Portugal, o Jubileu das Almas é uma celebração tradicional que ocorre no Dia de Todos os Santos (1.º de novembro) e no Dia de Finados (2 de novembro), datas dedicadas à memória dos falecidos. Esta celebração é particularmente forte em algumas regiões do país, onde as comunidades têm rituais específicos para homenagear as almas dos entes queridos que já partiram, podendo ser um dos rituais cristãos cuja longevidade se perde no tempo, ou seja, desde o início do cristianismo ou até antes.

“Esta cerimónia religiosa cristã é organizada pela já referida Irmandade das Almas que todos os anos é nomeada para esse efeito, cujo testemunho e nomeação é passado para familiares ou amigos, ­­­­­incluindo quase sempre um homem mais jovem, de forma que a tradição prevaleça”, refere a’ O Figueirense Francisco Relva Pereira.

No que concerne à Missa de Requiem, tradicional neste ritual, de acordo com a forma particular do Missal Romano, um Réquiem ou Missa de Réquiem, é também conhecida como “Missa para os fiéis defuntos” ou “Missa dos fiéis defuntos”. Esta celebração eucarística da Igreja Católica é rezada e cantada para o repouso das almas, rezando-se o ofício dos defuntos in saecula saeculorum.

Ainda para Relva Pereira, conhecedor profundo da tradição, “esta missa tem a particularidade de ser concebida e composta para um funeral, cuja letra contém passagens bíblicas e orações para a entrada dos mortos no céu. Este termo foi, no entanto, retirado da expressão Requiem aeternam dona eis, cujo significado é o seguinte: ‘Dai-lhes o repouso Eterno’. Porém, o termo réquiem tem sido ocasionalmente associado a outras composições musicais em honra aos mortos. Os réquiens mais famosos foram compostos por Berlioz, Brahms Mozart e Verdi”, lembra.

Algumas das bandas de música são também as guardiãs desse espólio, o qual, após o Concílio Vaticano II (1962-65) foi alterado para a língua vernácula, tendo sido mantido alguns dos sucessivos cânticos, salmodias e outros ritos que faziam parte dessas missas.

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